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Eles levaram os meus sonhos.
Para poder plantar.
Mas aqui não chove mais.
Como então eles vão nascer.
Mas aqui não chove mais.
Como então esperar crescer.
O que não pode nascer.
Os sobreviventes dessa seca.
Já não colore mais o sertão.
A cinza tenta enfeitar o pobre coração.
O viajante passa.
O viajante esquece.
A planta que nasce assa.
O gado que vive apodrece.
Mesmo assim eles sonham.
Em plantar ilusões.
É só para aliviar a dor.
Acalmar os corações.
Quem sabe um dia chova.
quem sabe um dia o céu nos ouça.
Quem sabe um dia acabe
Todo esse desespero.
Quem sabe um dia.
A chuva fertilize
Esse pobre coração
Sertanejo.