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E quando a dor chega, o que fazer? Já pensei em me livrar dela, abafá-la, dopá-la até esquecer. Até adormecer. Só não tentei fingir que ela não existe. Preferi deixa-la vir. Nem fugir e nem camuflar.
Assumir a dor, conviver com ela. Acostumar-se até não doer mais. Até ela ter um papel secundário na vida. Até sua ferida secar ou não me paralisar de medo ou dor. Não alimentá-la e nem tentar extingui-la.
Apenas deixar seguir o seu curso. Aprendendo a conviver com ela. Já que ela, teimosa, insiste em ficar. E por mais que eu tente, ela não se despede.
Adriana Freitas
A reprodução do texto está autorizada desde que a fonte/autoria seja citada.

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