Não, eu nunca desci na boquinha da garrafa. Nunca dancei “É o Tchan”. Não voltei a usar cintura alta porque a moda havia voltado. Eu não fumei maconha apenas para não ser a única careta da roda. Eu talvez tenha preferência por nadar contra a maré.
Ou apenas sigo o fluxo se achar que devo e não por que todos estão no mesmo caminho. Faço o que tenho vontade. Visto o que acho bonito. Amo a quem meu coração agrada.
Padrões não me dizem muito. O que é moda, o que é belo, não me compram. Faço o que me agrada. O que me identifico. Não gosto que me digam o que tenho que fazer, como me comportar. Quando quero pergunto. Se não perguntei é por não querer saber.
Apenas acho que a vida das pessoas não é receita de bolo. O que serve para um pode não ser o ideal para o outro. Não curto lições de moral. A vitimização do outro. Irrita-me quando a pessoa desdenha da ideia do outro achando que a sua é a melhor.
Melhor pra quem? Os seus preceitos não são os meus. As suas crenças não são as minhas. Não sou melhor e nem pior do que ninguém. Sou o melhor que eu posso ser pra mim. Apesar de pensar que sempre posso melhorar um pouco.
Eu adoro falar. Dizem até que eu falo pelos cotovelos. Mas tenho bons ouvidos. Sei ouvir. Mesmo quando a conversa não me interessa. Nunca disputei problemas com ninguém. Pra mim não tem coisa mais chata do que você querer desabafar com um amigo e ao invés de ele lhe confortar é você que tem que ouvir o quanto os problemas dele são maiores do que o seu.
Será? Maior pra quem? Todo mundo tem problemas, de perto ninguém é normal. Todo mundo tem seus medos, desejos, gostos e desgostos. Cada um sabe aonde o seu calo aperta. Também não quero criticar aos ferrenhos seguidores de moda. Só quero ser quem eu sou. Sem rótulos, sem julgamentos. Sem pesos. Ser o que quero ser e ponto final.
Adriana Freitas
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