Às vezes ela chega como quem não quer nada.
Ou por algum motivo qualquer.
Independente da causa, eu já conheço os seus efeitos.
É aquela antiga dor a comprimir o peito.
Forçando o meu riso a desaparecer.
Fazendo-me ficar séria demais.
Deixando-me levar o nome de chata.
Só eu sei a minha luta diária
Quando ela chega e não quer ir embora.
Eu luto para ficar de pé.
Luto para me manter disposta.
Só tenho vontade de gritar.
Expulsar essa angústia a comprimir o peito.
Quando ela vem parece que não vai embora.
É muita dor. É muito peso.
Depois ela some.
Alivia a pressão.
Sensação de prazer.
Parece que vai para nunca mais.
Mas ela volta.
Ela sempre volta.
Adriana Freitas
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